Doutorando Gabriel Tochetto participa de congresso internacional
O pesquisador Gabriel Tochetto, doutorando na área de geopolímeros aplicados ao meio ambiente, participou do The young Ceramists Additive Manufacturing Forum (yCAM), realizado entre os dias 23 e 25 de abril de 2025 no INP-ENSIACET, em Toulouse, França. O evento reuniu jovens pesquisadores de diversas nacionalidades, sendo o doutorando o único participante das Américas, promovendo o intercâmbio científico em torno da manufatura aditiva de materiais cerâmicos. Gabriel representou sua linha de pesquisa e compartilha, a seguir, um pouco dessa experiência enriquecedora.
1. Qual foi o evento que você participou e qual trabalho apresentou?
Participei do The young Ceramists Additive Manufacturing Forum (yCAM), um fórum europeu voltado a jovens pesquisadores interessados na impressão 3D de materiais cerâmicos. Nesta edição, realizada em Toulouse, apresentei o pôster “Innovative 3D Printing of Acid-Activated Geopolymers: Rheological Insights”, abordando os avanços e desafios na extrusão de geopolímeros ativados por ácido. A ideia desse trabalho foi concebida ainda no Brasil, sob a orientação da Prof. Maria Eliza Nagel-Hassemer e do Prof. Dachamir Hotza, mas sendo colocada em prática aqui na Itália sob a supervisão do Prof. Paolo Colombo.
2. Este tipo de participação internacional contou com algum apoio institucional ou fomento à pesquisa?
Sim. Essa participação foi possível graças ao apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do fomento à pesquisa (Processo 408717/2023-8) vinculado ao projeto “Desenvolvimento de estruturas geopoliméricas por meio de impressão 3D para aplicações ambientais”. Além disso, também sou bolsista pelos projetos de cooperação internacional “Tratamento de efluente têxtil em eletro-biorreator a membrana com meio suporte de geopolímero” e “Geopolímeros produzidos por impressão 3D aplicados à remediação de drenagem ácida de mina” (Processos 442637/2023-3 e 442255/2023-3). Agradeço profundamente esse suporte, que tem sido essencial para o desenvolvimento e a projeção internacional da pesquisa.
3. De que forma o congresso dialoga com sua pesquisa de doutorado e o que você pôde aprender com ele?
Minha pesquisa é focada na impressão 3D de geopolímeros ácidos para aplicações ambientais, especialmente no tratamento de efluentes de mineração. O congresso, com seu foco na manufatura aditiva de cerâmicas, foi altamente relevante. Tive a oportunidade de conhecer diferentes abordagens tecnológicas, além de acompanhar debates entre pesquisadores da academia, da indústria e de centros de P&D, o que ampliou minha visão sobre os caminhos e desafios da área.
4. Houve alguma palestra ou projeto que tenha te impactado particularmente?
Sim, vários! Um dos pontos altos foi conhecer pesquisas voltadas à construção de estruturas no espaço, como peças e habitats na Lua, com apoio de agências aeroespaciais europeias. Também me chamou atenção o desenvolvimento de biocerâmicas aplicadas em próteses para reconstruções faciais e de membros, já implantadas em pacientes. Outro projeto interessante foi o de estruturas cerâmicas que absorvem e liberam água em regiões áridas — uma aplicação com enorme impacto social.
5. Como foi apresentar seu trabalho em um evento internacional? Qual foi a recepção do público?
Confesso que no início senti um pouco de ansiedade, por ser meu primeiro congresso internacional, mas logo me senti acolhido. Houve bastante interesse pelo meu trabalho, principalmente por explorar os geopolímeros ácidos, ainda pouco abordados na manufatura aditiva. As conversas fluíram bem e renderam sugestões valiosas para aprimorar as propriedades do material e explorar novas possibilidades.